A Faculdade de Medicina constrói a sua identidade: a Casa de Sarmento

22/06/2011 23:26
A FACULDADE DE MEDICINA CONSTRÓI A SUA IDENTIDADE:
A CASA DE SARMENTO
   
                                                                                                 Nelson Lauer Testa
 
 
Resumo
 
            Esta monografia busca relembrar a história do prédio da Faculdade de Medicina de Porto Alegre (FMPA). Após uma gênese complicada envolvendo diversos conflitos com o Governo Estadual, a FMPA inicia a construção do seu prédio. É nesse contexto que surge a figura de Sarmento Leite. Por sua atuação na construção, o prédio até hoje é lembrado como A Casa de Sarmento. Na reforma educacional de 1972 é criado o Instituto de Biociências e, por razões não bem explicadas, a Faculdade é realocada no segundo andar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Sem a sua Casa, a Faculdade perde parte de sua identidade até a construção do seu novo prédio. Hoje, A Casa de Sarmento abriga o Instituto de Ciências Básicas da Saúde ainda exercendo sua influência nos que ali passam.
 
 
Abstract
 
            This article remembers the history of the building of Porto Alegre Medical School (FMPA). During a period of intense struggle between the State Government and FMPA, the School initiates the construction of its new building. In this moment, arise the important figure of Sarmento Leite. His work during the construction of the building made the place known as A Casa de Sarmento (the house of Sarmento). In the educational reform of 1972 is created the Instituto de Biociências and the School is placed at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Without its house, the Faculty loses part of its identity until its new building is built. Nowadays, the building shelters the Instituto de Ciências Básicas da Saúde and still plays an important influence to those that there study. 
 
 
 
Palavras-Chave: Casa de Sarmento, História da Medicina, Faculdade de Medicina de Porto Alegre, Faculdade de Medicina da UFRGS, Sarmento Leite.
 
Keywords: Casa de Sarmento, History of Medicine, Faculdade de Medicina de Porto Alegre, Faculdade de Medicina da UFRGS, Sarmento Leite.
 
 
A Faculdade procura seu espaço
 
            Fundada em 25 de julho de 1895, a Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre (FMPA) é o resultado da fusão do Curso de Partos da Santa Casa de Misericórdia e da Faculdade de Farmácia. Primeira faculdade do período republicano, a FMPA surge em um momento de irrestrita liberdade profissional no estado do Rio Grande do Sul. Seguindo os preceitos positivistas, o ensino superior não devia ser oficial e assim o Governo Estadual de Júlio de Castilhos, apesar de apoiar a criação da instituição1, afirma que os diplomas conferidos pela Faculdade não poderiam exercer monopólio no mercado de trabalho. Para exercer a medicina no Rio Grande do Sul, bastava a qualquer pessoa requerer inscrição no Serviço de Higiene e obter seu registro mediante pagamento de uma taxa2. Surgiu, dessa forma, uma situação propicia para a proliferação de curandeiros e charlatões. A luta contra a liberdade profissional é um dos principais motivos da tensão que surgiria entre a FMPA e o Governo Estadual. A primeira sede da Faculdade, cedida pelo Governo do Estado, localizava-se em um porão da Escola Normal situada à Ladeira do Liceu. Desde o princípio, sabia-se que o número de salas não era adequado assim como o diminuto laboratório da Faculdade de Farmácia. No ano de 1900, foi adquirido o primeiro prédio próprio situado à Rua da Alegria. Até 1924 serviu ao ensino apesar das pequenas e incômodas dependências. É importante ressaltar que com o prédio próprio a Faculdade poderia reduzir seus custos e a localização próxima da Santa Casa de Misericórdia era muito conveniente. A Faculdade crescia e contava com apoio da sociedade, especialmente pelo atendimento nos Institutos Pasteur e Oswaldo Cruz. No entanto, as relações com o primeiro governo de Antonio Augusto Borges de Medeiros (1898-1908) se estremecem após a morte de Júlio de Castilhos em 1903.
 
            A reprovação da tese do doutorando Eduardo Soares Barcellos em 1906 cria um clima de dificuldades entre direção e corpo discente3. Os alunos protestam através da imprensa e recebem apoio popular. O diretor Protásio Alves e outros professores se afastam da Faculdade em 1907. Paralelamente a crise, “A Federação”, o órgão de Imprensa do Governo, anuncia que a Faculdade encontra-se em situação precária e que viria a ser criada uma segunda Faculdade de Medicina pelos docentes que haviam se afastado. A situação agravar-se-ia quando fosse nomeado o inspetor federal. A Congregação da Faculdade lançava suspeitas sobre cada um dos candidatos indicados pelo governo, pois estes estariam decididos pelo fim da Faculdade. Coube ao vice-diretor Eduardo Sarmento Leite da Fonseca apaziguar os ânimos. Com a mudança da presidência do Estado em 1908 os conflitos seriam atenuados. 
 
            No contexto acadêmico, as Faculdades de Direito e Engenharia já dispunham de sedes esplendorosas4 e o prédio adaptado da Rua da Alegria era inadequado aos seus propósitos. No ano de 1911, durante a administração do diretor Olympio Olinto de Oliveira, foi formada uma comissão encarregada da construção do novo edifício. Surge, então, a figura carismática do vice-diretor Sarmento Leite. <quadro 1> Aproveitando o momento de trégua com o Governo Estadual, Sarmento Leite faz campanha pela causa da Faculdade. Coube a Carlos Penafiel trazer a notícia que o Governo Carlos Barbosa (1908-1913) havia intermediado a doação de um terreno à Faculdade2. No dia 21 de setembro de 1911 foi lançada a pedra fundamental no terreno onde hoje se localiza o prédio da Engenharia Mecânica. Em dois de julho de 1913, ela foi transportada para o terreno definitivo onde se construiria o prédio. Este era o momento de consolidação da faculdade que se afirmava no cenário social como importante e necessária casa de ensino. <tabela1>
 

Faculdade constrói o seu prédio: A Casa de Sarmento

            O projeto inicial apresentado por Attilio Trebbi, arquiteto da diretoria de obras públicas, era uma réplica do Palácio da Justiça de Budapeste.4 Com a mudança da direção da Faculdade em 1912, uma nova comissão de obras entendeu que o projeto não se adaptava as necessidades da instituição. Foi então solicitado à Trebbi e aos arquitetos Locatti-Padoa de Buenos Aires novo projeto4. A comissão de obras tentou aprovar um projeto que misturava as qualidades dos projetos à idéia de Locatti-Padoa. Em 1913 o projeto definitivo, orçado em 870 contos, foi apresentado; no entanto o contrato seria suspenso com o pagamento de indenização de dez contos de réis.
 
            Com tantos problemas, a comissão aceitou um projeto apresentado pela firma de Rudolf Ahrons. Elaborado pelo arquiteto Theo Wiederspahn o orçamento da obra era 30 contos de réis superior ao anterior. Os desenhos foram concluídos em março de 1913 e o contrato assinado em maio do mesmo ano. As obras iniciaram prontamente, todavia a disponibilidade financeira da faculdade era de apenas 240 contos de réis. Em 1914 surgiram dificuldades financeiras e a falta do repasse de verba por parte do Governo Estadual fez com que em Julho se esgotassem os recursos. Neste ponto, a obra estava no nível do forro do segundo andar4. Foi negociado pagamento a prazo de modo a não parar a obra. Sem dúvida, a Primeira Guerra Mundial desencadeou uma grave crise financeira que abalou a economia nacional. As verbas prometidas pelo governo estadual foram reduzidas a um terço, e as verbas federais não foram remetidas. Em dezembro de 1914 a obra foi suspensa. Em 1915 a Faculdade está com sérias dificuldades financeiras, os professores não recebiam provimentos e as verbas obtidas são utilizadas para quitar a dívida do ano anterior com a firma de Ahrons. Neste mesmo ano, Sarmento Leite é indicado como diretor da Faculdade. Parecia que caberia a ele encerrar as atividades da Faculdade. Sarmento reage:
 
“Vou ao Borges pedir, vou pedir, não é vergonha, nem é feio, pois não pedirei para mim, mas para a grandeza do Brasil e do Rio Grande, vou pedir para a Faculdade. Depois, como castigo, o Borges virá inaugurar aquela que ele tanto combateu!”2
Sarmento Leite elege uma comissão de propaganda para arrecadar verbas. Com a persistência da Primeira Guerra Mundial foram tomadas diversas medidas entre as quais a modificação do projeto original e a realização de concorrência pública para conclusão das obras. No governo estadual, percebe-se um momento de reavaliação e ampliação do papel do positivismo6. É percebida certa aceitação a causa da Faculdade entre membros do Governo. Em fins de 1917, Borges de Medeiros, em segundo mandato (1913-1928), garantiu um empréstimo à Faculdade de Medicina. Em 1918, o engenheiro João Baptista Pianca apresenta o projeto de revisão. Em maio de 1919 foi publicado novo edital de concorrência vencido por Augusto Sartori e as obras reiniciaram. Em 31 de março de 1924, conforme Sarmento Leite previra, Borges de Medeiros comparece ao Salão Nobre para a inauguração do prédio da Faculdade de Medicina. Pela dedicação de Sarmento Leite na construção do prédio, dizia-se que era ele quem dava corda no relógio, este ficou conhecido como a Casa de Sarmento.<figura1>
 
            Neste prédio observamos características do período neoclássico do início do século XX. Este é um projeto que rompe com as formas retas e ortogonais até então construídas em seu entorno7. Em função de maior economia, a concepção inicial de Theodore Wiedersphan passou por várias alterações sendo eliminadas as cúpulas de cobre e a estatuária prevista para a platibanda. No saguão encontra-se a escada de mármore, que leva ao piso superior e ao Salão Nobre, guarnecida por grades de ferro trabalhadas com elementos inspirados na “Belle Époque” européia e, também, luminárias com decoração alusiva ao símbolo da Medicina7. O Salão Nobre tem forro pintado com motivos florais e a mesa de jacarandá esculpida em relevo. Neste salão, Getúlio Vargas tomou posse no cargo de Presidente do Estado em 1928 pondo fim à quase trinta anos de conflitos entre Faculdade e Governo do Estado..
Em 1937, durante a gestão do diretor Guerra Blessmann, o edifício é ampliado na sua ala direita. O acréscimo conserva a formalidade e volume original na fachada original. No entanto as demais fachadas receberam acabamento sem qualquer cuidado formal.. São três novos pavimentos, recebendo a biblioteca, alguns laboratórios e o Centro Acadêmico Sarmento Leite. Em 1945, é construído o Biotério, em prédio à parte, para liberar a sotéia, onde as condições higiênicas eram ruins pela presença das cobaias7.
Ainda ocorreriam duas ampliações. Instala-se em 1952 o Instituto Anatômico e o Anfiteatro na ala direita do prédio. Em 1955 a ala esquerda é aumentada para abrigar o Instituto de Fisiologia e Microbiologia.
 

A reforma de 1972 e seus efeitos: onde fica a faculdade de medicina?

            Cabe aqui relembrarmos a Lei de Diretrizes e Bases de 1972. Um dos seus efeitos foi tornar as ciências básicas da saúde comuns a todos os cursos da área médica e biológica e assim marcou o desmembramento do ciclo básico-clínico. É criado o Instituto de Biociências e este condensaria o ensino das ciências básicas. Por razões não bem conhecidas e não totalmente assimiladas8, a gloriosa sede da Faculdade, é entregue ao Instituto de Biociências. Assim, desmembrada e enfraquecida, a faculdade passa a ocupar um pequeno setor no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). No ano de 1983, passa a ocupar parte do quarto andar do prédio Ciclo Básico permanecendo lá até a construção do seu novo prédio em 1998.
 
            No entanto a perda da Casa de Sarmento não passa incólume ao sentimento dos alunos. No ano de 1974 mais uma vez houve a alteração de ânimos entre o corpo docente e o corpo discente. Como protesto aos efeitos da reforma educacional, os alunos optaram por não escolher paraninfos em suas formaturas, ato que se estendeu até o ano de 1990. Durante este período, a perda da Casa de Sarmento era lamentada pelos alunos. Na formatura dos alunos de 1978, o homenageado era o prédio da Faculdade de Medicina:
 
            “O prédio da Faculdade de Medicina, construído de 1911 a 1924 por um grupo de abnegados batalhadores pelo ensino da medicina já não nos pertencia. A reforma nos havia roubado a própria casa; a casa que neste ato homenageamos, a casa de Sarmento Leite, não era mais Faculdade de Medicina. Nossa escola hoje está desmembrada e seus setores administrativos ocupam melancolicamente um pequeno setor no 2º andar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre ...”9
 
            Em seu discurso, o diretor Carlos Candal dos Santos indaga:
“Mas onde está o vosso paraninfo? Onde se encontram os homenageados que como manda a tradição, vos deveriam receber no vestíbulo e, entre aplausos, introduzir-vos neste recinto? Vós não os quisestes escolher entre os humanos. Só o velho e saudoso prédio que por cinqüenta anos, serviu como Casa de Sarmento mereceu ser contemplado com a vossa homenagem. Mas este não anda. Não sente. Não pensa e não fala. Nem goza de status jurídico para outorgar procuração a quem devesse falar por ele”.10
 
            No ano seguinte, novamente homenageado, mais uma vez a tristeza pela perda do prédio aparece no discurso de formatura em forma de rimas:
“Pedimos licença à platéia, Para em nossas mentes
Criarmos uma homenagem, Ao prédio e aos competentes”(...)
“Balance no teto os teus lustres, Nos tempos dos velhos mestres
Pouco sobrou da esquina, Em que tanto cruzavam alunos
Nos dias de Anatomia, Hoje o Local é distinto: É uma nova moradia”(...)
 “Venha cá dentro logo, Doce Salão Nobre faceiro,
Puxe junto o prédio inteiro, Que os formandos o auxiliam”(...)
“Adeus, velho Salão Nobre, Escadarias e salas,
Tetos mofados de tempo, Doce Escola da esquina.
Eles ainda não nos levaram, O que restou de poesia.”11
 
            É neste período que se torna comum em Porto Alegre a pergunta: Onde fica a Faculdade de Medicina? Não havia resposta. Mais do que sua sede, percebe-se que a Faculdade havia perdido boa parte de sua identidade.
Na década de oitenta, após diversas discussões, estabeleceu-se o consenso de que a Faculdade novamente precisava de uma sede própria. Em 1996 na gestão do diretor Luiz Rohde inicia-se a obra de construção do novo prédio em terreno próximo ao HCPA. Houve a preocupação que a entrada do novo prédio lembrasse a entrada da Casa de Sarmento. Em 25 de julho de 1998 era inaugurado o novo prédio da faculdade de medicina.
 

O futuro da Casa de Sarmento

            Hoje o prédio abriga o Instituto Básico de Ciências da Saúde (ICBS). Atualmente conta com 9285 m de área construída. Os alunos da Faculdade de Medicina lá cursam a maioria das cadeiras dos três primeiros semestres do curso. O Instituto de Biociências foi realocado no Campus do Vale. O prédio está incluído no projeto Resgate do Patrimônio Histórico e Cultural da UFRGS. Em 15 de setembro de 2000 passou a integrar o patrimônio cultural do estado. <figura2>
 
            Existe o entendimento de que o ICBS deva ser realocado no Campus da Saúde, próximo ao HCPA. Quanto ao prédio, dificilmente voltará a ser a grande sede da Faculdade de Medicina. A proximidade física com o Hospital de Clinicas é, atualmente, um imperativo para a sede da Faculdade. Permanece em aberto a futura utilização do prédio.
 
            Não é possível falarmos de história da medicina, em especial no Rio Grande do Sul, e não lembrarmos da Casa de Sarmento. Foi este prédio o símbolo do centenário da Faculdade de Medicina. Foi a este prédio que os alunos procuraram em momentos de dificuldade com o corpo docente, mesmo este não sendo mais a sua casa. Ainda hoje, A casa de Sarmento exerce uma forte influência em cada um dos alunos que por lá passam, apesar de a Faculdade ter uma nova sede. Nenhum outro curso tem tanta identificação com este prédio como a Faculdade de Medicina.
 
            Pela sua importância para a história da medicina, pelo carinho que o prédio gera em todos que lá estudam, pela dedicação daqueles que lutaram pela sua construção é fundamental que o prédio seja preservado. Certamente uma grande lição é ensinada por ele. Parafraseando Cyro Martins, uma faculdade sem prédio é uma faculdade sem identidade.9
 
 
 
Referências Bibliográficas
 
4 - A construção do prédio da faculdade de medicina. Porto Alegre: UFRGS, Faculdade de Arquitetura, Propur, 1992.
6 - A UFRGS em sua gênese e as ingerências do estado: relatório de pesquisa subprojeto 1. Porto Alegre : UFRGS, 1992.
3 - Ata Congregação da Faculdade de Medicina Nº. 53 de 24/12/1906 - FAMED/UFRGS.
1 - Carta de Júlio de Castilhos a Protásio Alves em 22/08/1898 In: Fogos de bengala nos céus de Porto Alegre: A Faculdade de Medicina faz 100 anos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 1998.
8 - Cem anos de formação médica no Rio Grande do Sul. - Porto Alegre: Tomo Editorial, 1998.
10 - Discurso do Diretor aos formandos 1978 - Faculdade de Medicina/UFRGS – Arquivo.
9 - Discurso dos formandos de 1978 - Faculdade de Medicina/UFRGS – Arquivo.
11 - Discurso dos formandos de 1979 - Faculdade de Medicina/UFRGS – Arquivo.
5 - Franco, Álvaro. Panteão médico riograndense. São Paulo: Ramos, Franco, 1943.
2 – Hassen, Maria de Nazareth Agra,  Rigatto, Mario. Fogos de bengala nos céus de Porto Alegre: A Faculdade de Medicina faz 100 anos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 1998.
7 - Secretaria do Patrimônio Histórico/Divisão de Pesquisa Histórica e Documental - UFRGS.
 
Crédito das Imagens
 
Figura 1
1 - Revista dos Cursos Nº. 4 - 1918.
2 - Revista dos Cursos Nº. 5 - 1919.
3 - Faculdade de Medicina/UFRGS - Arquivo
Quadro 1
Foto Sarmento Leite - Faculdade de Medicina/UFRGS - Arquivo
 
 
 
 
Quadro 1
 
Eduardo Sarmento Leite da Fonseca nasceu em Porto Alegre em 1868. Formou-se em medicina no Rio de Janeiro em 1890. Estabeleceu sua clínica em Porto Alegre onde logo se tornou afamado cirurgião sendo o primeiro a praticar a apendicectomia no Rio Grande do Sul em 1897. Catedrático de Anatomia Descritiva da Faculdade de Medicina de Porto Alegre ainda exerceria os cargos de vice-diretor (1907-1909) e diretor (1915-1935). Faleceu em Porto Alegre em 24/04/1935. É o patrono da medicina gaúcha5. Em Agosto de 1935, por solicitação dos doutorandos da Faculdade, a prefeitura homenageava-o colocando seu nome na rua em que se situava o prédio da Faculdade. Também dá nome ao Centro Acadêmico e a sala da Comissão de Saúde e Meio Ambiente na Assembléia Legislativa.
 
 
 
Tabela 1

Fatos importantes da Faculdade de Medicina

1898
Fundação da Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre
1900
Compra da sede própria na Rua da Alegria
Equiparação às faculdades oficiais do país
1904
Primeira formatura
1906
Primeiro concurso para professor
1909
Inauguração do Instituto Anatômico
1910
Inauguração do Instituto Pasteur
1911
Lançamento da pedra fundamental do novo prédio
Inauguração do Instituto Oswaldo Cruz
1912
Criação do Centro Acadêmico
1924
Inauguração do novo prédio
1934
Criação da Universidade de Porto Alegre
A Faculdade é federalizada
1950
Integrada à Universidade do Rio Grande do Sul (URGS)
1968
Inauguração do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)
1974
Realocação no 2º Andar do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
1998
Centenário da Faculdade de Medicina
Inauguração do novo prédio da Faculdade